Ele não imaginava como as conversas deles eram importantes para ela. Será que isso realmente importaria? Ela morria de vontade de olhar nos olhos dele e perguntar: Quem é você?
Ele era o menino atencioso e preocupado que ela conhecia? Ou era aquele que não ligava pra nada nem pra ninguém que ela apenas sabia o nome?
Ele era uma incógnita a qual ela morria de medo de saber a resposta. Apavorava-a somente imaginá-lo como um fantoche, uma marionete de toda aquela testosterona.
Ela passou a arrumar desculpas para ele. Ou será que as desculpas eram para ela? Sim, eram para ela, para acalentá-la, para evitar que ela surtasse.
Sim, ela ainda era aquela covarde de sempre, aquela menina que arranjava desculpas para conviver com as duvidas as quais ela tinha medo de sanar. Sim, ela ainda era aquela pobre menininha assustada do jardim de infância, aquela criança solitária do fundamental, a adolescente calada e timida do ensino medio. Em todos esses anos, esse traço se manteve. O medo, a vergonha... A covardia.
Se ele soubesse de tudo isso, ainda seria o mesmo? Se ele, ao menos, cogitasse a ideia de que todos esses sentimentos existiam dentro dela, ele ainda a trataria assim? Se... se... se?
AFINAL, QUEM É VOCÊ?