"Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia."
Dumbledore

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Amadurecimento



Há muito tempo atrás escrevi sobre a "felicidade vestida de chita" (Felicidade) e, recentemente, relendo esse texto percebi como me sinto diferente em relação à vida. Não vejo mais a doçura da "menina de brilho nos olhos" nem acredito mais nessa "sensação mágica". Eu mudei muito.
Parei de ver a felicidade de chita e resolvi que estava na hora de viver. Usando o mesmo cenário que o texto antigo, neste carnaval, vesti-me de liberdade e dancei a noite toda. Nesse ano, estou mais eu mesma e, pasmem, essa é a fantasia que melhor me coube. Tanto que não quero mais tirá-la.
Quem diria que ser eu mesma resolveria boa parte dos meus dilemas; que parar de me moldar conforme os outros queriam me garantiria muitas noites de sono tranquilo. Quem diria que um dia eu me veria como uma pessoa amadurecida e totalmente capaz de tomar as próprias decisões sem tanta interferência externa sem tanta opinião alheia sem medo.
É engraçado a forma como, um dia, a gente simplesmente acorda e percebe que talvez, só talvez, já não nos sirva a pose de adolescentes imaturos. Tudo bem, isso não ocorre num dia, na verdade, é um processo longo e doloroso, mas os adolescentes nunca percebem realmente qual a finalidade da dor que sentem, tudo é culpa do mundo que quer nos ver sofrer ou dos hormônios mesmo. Então, todo esse processo se transforma em um dia, o dia em que você acorda e, de alguma forma, se sente diferente e depois disso nada consegue tirar da sua cabeça a ideia de amadurecimento.
Pode ser que daqui a 5 ou 10 anos, eu escreva um outro texto contradizendo esse, dizendo que finalmente me tornei madura de fato. Ou eu escreva que a maturidade só vem quando passamos a viver por nós mesmos. Não sei. Tudo o que sei é que tenho me sentindo muito mais mulher do que menina, mais adulta do que adolescente problemática. Vai ver que ser responsável e ter consciência das minhas ações sem me preocupar com permissão ou opinião seja aquilo que me faça feliz por hoje. Talvez, eu finalmente tenha entendido que eu não preciso viver tudo ao mesmo tempo, que escolher não é deixar de viver algo e que eu não preciso me tornar alguém carrancudo e triste para entrar para o "mundo dos adultos" tão temido por mim no passado. Ah, e o principal, eu finalmente saquei que ter maturidade não significa deixar de aproveitar a juventude, é só aproveitá-la porque e como eu quero.