"Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia."
Dumbledore

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Merry Christmas!

Pensei em zilhões de textos para escrever, a maioria permanece no meu rascunho esperando. Não sei direito o que mais eles permanecem lá, como se para me lembrar que alguma coisa falta (neles ou em mim). Queria ter escrito antes, ter escrito mais, mas, não sei, faltou palavras. Queria, de verdade, ter escrito antes sobre o natal, porém mesmo atrasada quero dedicar a esse feriado umas palavrinhas tolas.



Natal... Esse já foi meu feriado favorito, sabia?
Quando eu era mais nova, eu contava os dias para chegar o natal e nem era por causa de presente. Eu adorava porque o clima natalino é maravilhoso, porque é a época de milagres em que tudo pode acontecer. Eu ia na missa e nem me importava de ficar mais de duas horas de pé, afinal pelo espirito natalino vale qualquer sacrifício. Essa era a minha inocente cabecinha de 5 anos de idade. Quando eu não via defeito em nada, quando tudo era perfeito e tudo nesse dia se resumia a família e tradição.
Mas, adivinhe, isso mudou e mudou muito. Eu vi desmoronar diante de mim tudo aquilo que eu considerava ideal, vi pessoas desprezarem e ignorarem esse feriado e para uma menina de 6 anos ou mais isso é muito grave. ¨Teve um natal em que tudo se estilhaçou! Quando deu meia noite, a família toda não estava presente. As horas passaram e os ausentes não apareceram. Acho que não tenho palavras para descrever como isso me destruiu por dentro, foi como se nada fosse real. Se existisse mesmo um espirito natalino, essas pessoas teriam vindo! Levou-me alguns anos e muitas cicatrizes para entender que espirito natalino não consegue superar os problemas dos adultos.
Finalmente, entendi. Da pior maneira, da forma mais cruel, senti na pele que espirito natalino não muda tudo, que a vida não pode ser um comercial de natal da Coca-Cola. De repente, vi um lado ruim das pessoas e a minha fé no feriado foi se extinguindo. Percebi que até para o bom velhinho existem limites e que todos os problemas não desaparecem no natal.
Esse ano, eu fiz as coisas um pouco diferentes. Não esperei aquela emoção que há anos não sinto quando chega o natal, não quis que tudo fosse perfeito, muito menos que todos estivessem presentes, porque eu aprendi que não importa o tamanho do problema quem quer estar perto vai estar, quem não quer, simplesmente, não vale o sentimento. Esse ano não toquei músicas de natal, na verdade, meu rádio tocou Clarice Falcão a noite inteira. Acho que assim foi melhor, quando não se espera a perfeição; não doí ver as coisas serem imperfeitas.
Não, esse natal não foi como eu esperava, mas isso não quer dizer que tenha sido ruim. né?
Enfim, Feliz Natal atrasado para todos!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Talvez - Clarice Falcão



Talvez, se eu fosse menos louca, se não fosse quem soca desesperadamente sem parar um travesseiro branco, se eu seguisse em frente, se eu não fosse propícia a visualizar a gente rolando do barranco, quem sabe, você não chamasse a polícia.
Talvez, se eu não tivesse um troço lá dentro da barriga que eu sinto que está dançando a dança da garrafa, e que nunca se cansa, e que é uma girafa, quem sabe, eu não estivesse num fundo do poço.
Talvez, se o mundo desfocasse, e só se visse a gente, e todas as pessoas que sobrassem fossem meros figurantes; se a vida decidisse mudar de roteirista e o gênero trocasse de repente num instante, quem sabe, a gente podia ser protagonista.
Talvez.

Senhoras e Senhores, Clarice Falcão e sua incrível habilidade de me entender mais que eu mesma me entendo. Outro dia, elaboro um texto para tentar como essa música me toca.