"Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia."
Dumbledore

quinta-feira, 20 de março de 2014

Reflexão de janela de ônibus

"Olha, eu não estou mais na idade. Se quiser ir embora fique à vontade..." (Zen - Anitta)



Fone de ouvido e janela de ônibus. Existe combinação mais perfeita?
Mais um dos meus textos surgindo das minhas reflexões olhando a paisagem passar apressada. Dessa vez, deixo que a rádio escolha por mim qual será a música de fundo e, pela primeira vez na vida, ouço a música da Anitta. A música em si, na minha opinião, é muito chata, mas essa parte que eu escrevi me saltou aos ouvidos. E daí em diante já não importa qual música esteja tocando porque eu já estou longe.
Na minha mente, vem todas as vezes que fui aquela que corria atrás que se preocupava que estava sempre junto sempre tentando ajudar e, na boa, me arrependo demais de ter feito algumas dessas coisas. Porém, passado é passado e não quero revivê-lo.
Eu sei, eu sei, é muito minha cara esse trecho, mas isso é hoje em dia. Eu já fui muito daquelas que corre atrás e que faz doce e tudo mais. E eu sei que eu não tenho tanta idade para bancar a madura sem paciência, mas eu já mudei muito e acho que isso me permite não ter paciência com certas coisas. Eu já fui roqueira, já fui nerd, já fui modinha, já fui contracultura, já fui cheia de pudores e julgamentos, já fui regueira, já fui... Já fui tanta coisa que, hoje, para ser eu mesma (ou quem eu penso ser) não cabe, não sobra tempo para esse tipo de 'mimimi'. Pelo menos não na vida real.
Não que essa característica seja necessariamente uma coisa boa, mas, não sei, já não tenho mais saco para certas coisas. Não sei ser assim, mesmo que eu queira e tente muito as vezes. Eu até faço uma vez, mas chega na segunda e eu já estou querendo virar um murro na cara da pessoa para ver se para de encher a minha paciência e age como gente.
Talvez, essa seja a minha concepção desse ano, um ano em que me vejo bem mais madura, bem mais confiante de mim, mas isso é papo para um outro texto. O que importa é que a mulher que eu vejo quando olho no espelho hoje não tem tempo nem paciência para esses joguinhos de convívio social, em especial, quando eles envolvem relacionamentos. Eu sou a favor das coisas mais práticas, mais sinceras, menos pressão para seguir um padrão estranho (porque eu não acho normal quando alguém me fala que quer ficar com outra pessoa, mas nega para não parecer fácil). Eu acho que ninguém tem mais tempo para perder fazendo coisas que não querem então como diz a música "Se quiser ir embora fique à vontade."
Meu Deus, como eu teria economizado tempo e lágrimas na minha vida se já fosse assim desde cedo. Mas toda forma de conhecimento é válida, mesmo que seja apanhando da vida. O que realmente importa é que tenho esse pensamento hoje e pelo menos a partir de agora economizo tempo e sentimento.