Não sei em qual esquina da vida ou em qual bifurcação eu me tornei quem sou. Não sei quando foi que eu parei de sonhar com o amor ideal e passei a duvidar de sua existência. Não sei como me tornei tão cética com isso, mas o fato é que me tornei. Virei aquela menina que faz careta quando alguém fala sobre começar a namorar, quando o assunto é casamento então... Eu simplesmente parei de acreditar naquilo que a maioria das pessoas esperam a vida inteira que aconteça. Tornei-me cética, amarga para alguns, desiludida para outros. Enfim, a questão é que eu não acredito mais com a mesma fé, eu somente cumpro a função social de acreditar minimamente, porque, afinal, tenho pais e tios e primos e avós que são casados e (espero) felizes.
Na verdade, o motivo de escrever o texto não foi para falar do quanto sou cética com relação ao amor idealizado, à paixão, à paixonite e etc. O motivo foi justamente o contrário; hoje, eu vi uma dessas ações que fazem pessoas como eu duvidarem e não foi nada grande feito por alguém famoso ou num programa de Tv. Foi um vídeo que deve ter uns 2 minutos e em nenhum momento a pessoa declara seu amor. Talvez seja essa a parte mais bonita, a atitude fala por si só. Eu não sei se posso divulgar o vídeo aqui porque ele se trata de uma amiga, mas nem é o vídeo que importa, mas sim o ato.
Foi o ato que me fez sentar aqui e simplesmente tentar escrever, foi o ato que me fez pensar e refletir. E não que isso vai mudar o que eu penso sobre o sentimento. Mas é realmente maravilhoso ter consciência de que as pessoas ainda são capazes de pequenos atos que representem muito.
Talvez seja só eu fazendo uma grande algazarra por nada, mas fato é que o vídeo realmente me tocou. Porque, quando eu acordo de manhã e tento mais uma vez renovar minha fé, eu não penso nem por um momento naquela super declaração de amor que o jogador famoso fez para a sua nova namorada nem naquela ação que aconteceu naquele filme super fofo (Não que elas não valham. É só que eu tenho dificuldades em acreditar nelas. Elas não são reais, foram pensadas e programadas para chocar e iludir a população); eu penso em pequenos atos como esse vídeo e outros que vemos no nosso dia-a-dia. Eu tento fazer quase como aquele vídeo que mostrava momentos bons que as câmeras de seguranças registravam todos os dias.
Talvez eu seja problemática, quer dizer, não deve ser normal sair na rua procurando atos bons a sua volta; ou talvez eu seja problemática por ter que renovar minha fé nesse sentimento todos os dias. Não importa, nunca me preocupei com ser normal e nem é essa a questão. (Só prevenindo possíveis comentários).
Enfim, o que importa é que quando acordar amanhã lembrarei-me desse vídeo e sentirei-me extremamente feliz, não só por conseguir acreditar mesmo que por poucas horas, mas também porque sei que a pessoa que recebeu a homenagem merece todo esse sentimento. Porque eu sei que ela pensava semelhante a mim e, agora, bom, agora ela está feliz. E é o que importa hoje.